Hoje, dia 5 de Maio de 2010 é celebrado o dia da língua portuguesa em todo mundo. Esta data (05 de Maio) foi estabelicido pelo CPLP desde 2005, numa reunião em Luanda, Angola, como o Dia da Cultura Lusófona pelo mundo.
Por isso, gostaria de falar sobre a língua portuguesa na Guiné-Bissau.
E é bom lembrar de que a Guiné foi colonizado pelos portugueses desde 1446, e a partir de 1973, quando obteve sua independência, se tornou Guiné-Bissau e adotou a língua portuguesa como sua língua oficial.
Foi membro da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) desde a sua criação em 17 de Julho de 1996, e do PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) também desde 1996.
Atualmente, com mais de 260 milhões de falantes, podemos ver que a língua portuguesa é a quinta língua mais falada no mundo, a mais falada no hemisfério sul e a terceira mais falada no mundo ocidental.
Mas apesar da Guiné-Bissau ser um país da língua Oficial portuguesa, vê-se que só 12% da sua população fala o português, menos de 15% tem um domínio aceitável e apenas uma pequena percentagem da população guineense tem o português como a língua materna, e a Guiné-Bissau onde se fala menos português em relação aos outros países do PALOP.
Isto deve-se a um grande quatidade de línguas étnicas, a alta taxa de analfabetismo e ao fato da Guiné-Bissau ser um país encravado entre Senegal e a Guiné (Guiné-Conakri), e com uma expressiva imigração dessas comunidades francófonos ao país, por causa da abertura à integração sub-regional e da grande participação destes no comércio guineense. (existe presentemente uma grande tendência de as pessoas utilizarem e aprenderem mais o francês do que o português. Há aqueles que defendem que, atualmente, o francês já é a segunda língua mais falada na Guiné-Bissau, depois do crioulo).
Portanto, podemos chamar a atual situação do ensino da língua portuguesa no ensino primário, secendário e superior da Guiné-Bissau, de preocupante. Por razões históricas, o português nunca foi efectivamente implementado no interior da Guiné-Bissau, onde predominam, até hoje, as línguas étnicas e o crioulo. Embora sendo a língua oficial, a língua do ensino, e também a língua da produção literária, da imprensa escrita, da legislação e administração, o país ainda depara com sérios problemas com a língua portuguesa. Pois na Guiné-Bissau, o português é falado só nas salas de aulas e nas instituições públicas e privadas. Não se falam, não se ouvem, nem em casas nem nas ruas, e só as vezes a elite política e intelectual.
Salienta-se que um dos grandes problemas da língua portuguesa neste país é, não passar da escrita para a oralidade (isto quer dizer que tudo é escrito em português, e só falam em crioulo. ou seja, nada se fala em Potuguês, e, se falar, são em poucas palavras).
Então, as preocupações do ensino do português no ensino guineense, deve-se aos seguintes:
- Um corpo docente com fracas competências ao nível do domínio da língua portuguesa e muitos sem formação superior para leccionar;
- Falta de manuais adequados à especificidade da língua portuguesa na Guiné-Bissau.
- Falta de pessoal qualificado para a docência da língua portuguesa a nível universitário;
- Número excessivo de alunos por turma, que torna bastante difícil a execução de actividades de aperfeiçoamento da língua;
- Insuficiência de salas de aulas e precárias condições de muitas escolas;
- Escassez de material bibliográfico (livros, textos, publicações e laboratórios da internet);
Além destes, existe vários outros fatores que dificultam o avanço e a melhora do ensino do português no ensino guineense, tais como greve dos professores e a própria situação cultural e económica da Guiné-Bissau.
Mas eu ainda creio que esta situação um dia vai se reverter
Um comentário:
gostei da matéria
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