25 de maio, dia da África.
Na verdade o dia 25 de maio é o dia da União Africana, a maior instituição intergovernamental da África, com propósitos de integração socioeconômica e política de todos os países africanos. Assim como criar órgãos fortes capazes de consolidar a paz; estabelecer a democracia e o cumprimento dos direitos humanos; a criação de instituições inter-regionais para acelerar o processo de desenvolvimento do continente e entre tantos objetivos, unir todos os Estados africanos sob um único objetivo, "O DESENVOLVIMENTO DA ÁFRICA COMO UM TODO, EM TODAS AS ÁREAS".
Infelizmente, a União Africana (UA) ainda carece de recursos econômicos (financeiro) e humanos (pessoas com determinções) para resolver os problemas que assolam este grande continente. Exemplos mais recentes disso é a ocupação estrangeira (OTAN) na Láibia, a crise no Sudão, na Costa do Marfim e etc.
Sabemos que a Europa e os Estados Unidos levaram séculos para chegar onde estão, portanto, não caberia críticas à África onde a maioria dos países acabaram por se tornarem independentes a menos de quatro décadas.
Mas, espero que a União Africana tome medidas duras contra qualquer ação que ameace a paz e o desenvolvimento da África, e que busque meios sólidos para fazer funcionar plenamente todos os órgãos por ela composta.
Mamudo Djante
VIVA A ÁFRICA, VIVA ÁFRICA, UNIDOS VENCEREMOS
Não sou crítico nem pessimista, apenas exponho os meus ideais sobre a realidade das coisas. "O homem cria sua realidade a partir do pensamento e da palavra, e o conhecimento de si mesmo é a sua meta suprema pois sua potencialidade é quase infinita".
terça-feira, 24 de maio de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
Dia Internacional da Mulher
Desde antiguidade, as mulheres sempre ocuparam papeis importantes na sociedade, elas são símbolos da humanidade, da paz, da harmonia, do amor e da justiça (deusa Thêmis, Dice e Iustitia). Mas, porém muitas das vezes foram vistos como um objeto de desejo, a parte fraca e inferiores aos homens, enfim, foram isoladas e excluídas de diversas atividades praticadas pelos homens ao longo dos séculos. Portanto, durante toda a fase da história, as mulheres tentaram mostrar que são muito mais capazes que os homens e que não existe nenhum sentido de inferioridade ou fraqueza.
Durante o Dia 8 de março de 1857, as operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade de Nova Iorque, fizeram uma grande greve, onde ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho, de 16 para 10 horas; equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. Mas infelizmente a manifestação foi reprimida com total violência num ato totalmente desumano, pois aquelas mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada, e aproximadamente 130 delas morreram carbonizadas.
No entanto, a idéia da existência de um dia internacional da mulher surgiu na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. E, o primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista de América, em memória da greve das operárias da indústria do vestuário de Nova York, em protesto contra as más condições de trabalho.
Porém, somente no ano de 1910, ocorreu à primeira conferência internacional de mulheres em Copenhaga, Dinamarca, dirigida pela Internacional Socialista, onde ficou decidido (aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher), que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas esta data só foi oficializada pelas Nações Unidas em dezembro 1977.
Na verdade, o objetivo desta data não é apenas lembrar o dia 08 de março de 1857, mas também das conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, assim como da discriminação e a violência a que muitas delas ainda são submetidas em todo o mundo.
O papel da mulher na sociedade atual mostra o quanto é fundamental a sua participação na política, na vida acadêmica, no empresariado, no mercado de trabalho, na vida familiar, no processo da democracia, no processo do desenvolvimento econômico, social e em todos os contextos da globalização. As mulheres estão mais competitivas e ocupando cada vez mais seus lugares e conquistando com mérito o valor da mulher, da igualdade de direitos e da responsabilidade para com o nosso planeta. Fazendo um enorme esforço para acabar com o preconceito e a desvalorização da mulher.
Embora com todos os avanços em todos os campos, infelizmente ainda há muitas mulheres que sofrem, com abusos, violência física e doméstica, salários baixos, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional.
Eu gostaria de lembrar a todos, que as mulheres em primeiro lugar, são nossas mães, companheiras e tudo. Elas são dignas de merecer um tratamento com respeito, amor e justiça. Não porque a ONU ou a OIT terem declarado o direito da igualdade entre o homem e a mulher, mas sim, porque todos nasceram livres e iguais, portanto temos os mesmos direitos perante o Deus e a Lei.
Mulheres.... digo que muito já foi conquistado, mas ainda há muito para ser alcançado. Vocês são capazes e têm poderes suficientes para dominar este mundo.
Viva as Mulheres de todo mundo.
Mamudo Djanté.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
O que deve ser nosso? vosso? ou de todos?
A verdade é seguinte: o que é meu é meu, o que é seu é seu, mas o que é nosso será sempre nosso, assim como o que é vosso é só de vocês. O nosso nunca pode ser de vocês, nem o que é vosso não nos pertence, entretanto, quando todos nós quiséssemos compartilhar o que é de cada um de nós em nome da globalização e direitos humanos, temos que fazê-la de forma igualitária.
Esta matéria deve servir de lição para cada um de nós, em termos de pensar sobre o bem comum da humanidade. Pois, todos nós somos capaz, às vezes o que nos falta é a oportunidade ou uma chance.
Este fato aconteceu durante um debate ocorrido no mês de Novembro do ano 2000, em uma Universidade, nos Estados Unidos, quando o ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PT), foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Segundo Cristovam, foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para a sua resposta:
No entanto, falou o seguinte: "De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo e risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou
de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.
Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."
Obs: Esta matéria foi publicada no “The New York Times”, no “Washington Post Today” e nos maiores jornais da Europa e Japão, no mês de agosto de 2001. No Brasil não foi publicada.
(*) Cristóvam Buarque foi governador do Distrito Federal (PT) e reitor da Universidade de Brasília (UnB), nos anos 90, foi ministro da Educação entre 2003/2004. É palestrante e humanista respeitado mundialmente.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Egito Vs políticas revolucionárias
Meus queridos,
A precariedade dos regimes políticos não ocorre somente no mundo árabe, nem nos países comunistas, mas, também como nos países capitalistas e “intitulados de Ocidentais”. Muitos destes países são sustentados por aparatos militares que, se lhes conferem uma aparência externa de força, escondendo a fraqueza de suas instituições e a debilidade das relações entre Estado e sociedade. Configurações políticas, de tão manipuladas hipocritamente parecem ser eternas, provocando uma espécie de conformismo, até mesmo uma preguiça intelectual para confrontá-las.
É bem verdade que isso deveria acontecer a muito tempo, em todos os países dirigidos por presidentes corruptos, mas, só a partir da insurreição popular na Tunísia, que pôs fim aos 23 anos de governo do Presidente Zine Ben Ali. A barreira do medo já ta sendo quebrada e a população saiu às ruas em diversas capitais árabes, em demonstrações que revelaram o descontentamento com seus governos corruptos, repressivos e alinhados a um Ocidente que sustenta democracias de fachada na região em defesa de seus próprios interesses. E, foi no Egito que ela atingiu o patamar de situação revolucionária, mobilizando a imprensa mundial e preocupando Washington, Berlim, Paris e Jerusalém.
Hosni Mubarak se tornou uma peça fundamental no equilíbrio de forças na região na após a guerra do Yom Kippur (quando as forças armadas egípcias cruzaram o canal de Suez para atacar alvos israelenses em 1973), além de ser a maior e mais desenvolvida das nações árabes é o único país da região com poder suficiente para desafiar Israel, o Egito é estratégico para os Estados Unidos. O alinhamento com os EUA fez com que o Egito garantisse a paz com Israel nesses últimos 30 anos, recebendo uma bagatela de US$ 1,5 bilhão anuais em ajuda externa, assim como resistiu a dez anos de exclusão da Liga Árabe (1979-1989). Em suma, a importância estratégica do Egito para os Estados Unidos ficou ainda mais clara quando, no momento em que Barak Obama quis mandar uma mensagem de recomeço nas relações com o mundo muçulmano, escolheu o Cairo como cenário de seu discurso.
Lamentavelmente a política externa norte-americana, que nos últimos trinta anos preocupou-se com o crescimento do mundo árabe e deixaram de acompanhar os desenvolvimentos econômicos e sociais dos países, recusando-se a entender e lidar com os sinais claros de mudança que há muito se manifestam no mundo.
Portanto, o discurso a favor de Mubarak como uma proteção contra a ameaça fundamentalista carece de efeito, o que conseqüentemente, desnuda o caráter repressivo e despótico de seu governo, já que há muitos anos forças verdadeiramente democráticas, em essência, são sufocadas violentamente no Egito sob a cumplicidade americana e israelense que insistem na fantasia de que a brutal repressão estatal é preferível à ascensão de grupos radicais. Por certo a temida e freqüentemente superestimada Irmandade Muçulmana tem um apelo político principalmente perante as camadas mais pobres da população. Porém, é um erro acreditar que essa teria um poder de mobilização tal que levasse o Egito a uma revolução islâmica nos moldes daquela iraniana de 1979, já que existem outros líderes que seduzem uma parcela significativa da sociedade egípcia.
Pegos de surpresa, os Estados Unidos vacilam em posicionar-se em face daquilo que parece inevitável: a queda de Hosni Mubarak. Já Israel não esconde a sua gratidão por este último, expressando publicamente o medo de que “radicais” assumam o poder. A hesitação americana e o desespero israelense continuam não levando em conta as opções moderadas que se apresentam no momento, seja nas figuras de Moussa e El Baradei ou de grupos que havendo a possibilidade de eleições verdadeiramente livres certamente se aglutinarão na forma de partidos políticos alternativos àqueles existentes.
As grandes potências, os EUA, G7 e os imperialistas “países exploradores” devem voltar suas atenções e resolver as questões sobre os direitos humanos, sobre o meio ambiente, a pobreza, a fome, as doenças, a violência, o preconceito, o racismo e todos os fatores que estão tornando este mundo cada vez mais inseguro e vulnerável. Assim, deixarem de manipular a opinião pública por conta dos seus interesses, deixarem de fabricar armas e bombas nucleares ou de usá-las, só assim pode haver caminhos para um mundo igualitário. Por outro lado, nós os povos que estão sendo massacrados e camuflados, (principalmente na África, Ásia e America Latina) temos que fazer igual o que aconteceu no Egito e na Tunísia. Mostrar que a força do povo está acima de qualquer tipo de política ou ideologia e, a voz do povo é a voz de DEUS. (a revolução é bom só quando for pacifica, com todos os direitos).
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Resenha do livro "Guerra e Plítica nas R.I.
Olá Pessoal, eu não poderia deixar de não colocar este lindo artigo no meu Blogue, do meu ilustre professor e que orientou a minha monografia, "Emerson Maione de Souza".
Em tempos atuais com fluxos transnacionais e uma série de assuntos em diversas áreas como direitos humanos, meio-ambiente, guerra, paz, Estados falidos, intervenção humanitária, globalização financeira, movimentos por uma outra globalização, feminismo, guerra ao terrorismo, narcotráfico, império e etc, os analistas internacionais se perguntam como entender todas essas questões. Na maioria desses assuntos, fica claro que as tradicionais teorias como o realismo e o liberalismo encontram limites que suas perspectivas focadas no Estado não conseguem romper redundando em análises que buscam enquadrar questões que fogem aos Estados em um viés estadocêntrico.
O resultado disso não é nada positivo, tanto para o estudo das relações internacionais como para a política internacional de modo geral. Para nos restringirmos a um exemplo básico e atual, basta ver as análises de realistas e liberais da chamada “guerra ao terror” e ver o modo como os Estados Unidos lutam tal guerra procurando pressionar os Estados que supostamente dão guarita aos terroristas. Ou seja, buscam enfrentar uma ameaça não-estatal, que são as células terroristas, de uma forma estadocêntrica.
Thiago Rodrigues problematiza tais teorias mostrando seus limites e ensaia outra perspectiva que não se prende às vertentes jurídico-política da filosofia política contratualista. Em um primeiro movimento Rodrigues faz uma genealogia do realismo e do liberalismo e dos filósofos em que os autores de Relações Internacionais dizem se basear, Hobbes e Kant. Tal genealogia busca problematizar tais escolas, expondo suas estruturas, intencionalidades políticas e lógicas internas. Busca mostrar a luta entre as teorias que visam afirmar uma verdade sobre a política internacional monopolizando, dessa forma, o saber sobre esse campo.
Dessa genealogia Rodrigues descortina mais do que um antagonismo, mas antes uma cumplicidade aparentemente insuspeita entre essas duas escolas. Tal aproximação vai além da filiação comum à tradição contratualista. Ela repousa em que para ambos o Estado institui a política como espaço de paz e as relações internacionais como guerra. A guerra é um fato exterior à política. Apenas na anarquia, no lado de fora, a guerra se realiza. A guerra seria apenas um instrumento de política externa. Assim o autor afirma que as teorias realista e liberal são ao mesmo tempo convergentes e adversárias, transitando no campo do discurso jurídico-político preocupado com a defesa do Estado, sua justificativa e legitimidade. Assim “esse movimento dedica-se à lógica do soberano, do território, do posicionamento: ao pensamento fixado em fronteiras e na utopia da paz” (p. 29). Essas escolas fazem uma distinção rígida entre política doméstica e política internacional.
Insatisfeito com esse posicionamento das teorias tradicionais sobre a política global e com seu domínio no estudo das relações internacionais, Rodrigues propõe outro movimento. No lugar da “política como paz”, propõe a “política como guerra”. Para tanto, vai buscar outras interpretações dos conceitos de guerra, política e poder no teórico anarquista do século XIX Pierre-Joseph Proudhon e no filósofo Michel Foucault. Ao contrário de realistas e liberais estes dois autores não veem a “guerra” e a “política” como antagônicos, mas como indissociáveis. Para Proudhon, não é possível traçar uma nítida distinção entre os dois conceitos já que a guerra é o acontecimento elementar da vida humana e das sociedades. A guerra, portanto, instituiria os direitos, os governos e as resistências. A guerra não se limitaria às batalhas entre exércitos, mas, ao contrário, seria cotidiana, fazendo da política uma pequena guerra. A perspectiva genealógica de Foucault quer trazer à tona discursos histórico-político dos combates passados para ativar a memória da guerra que a política vitoriosa pretendeu varrer para debaixo do tapete da história. Quer reativar os discursos e saberes que foram sujeitados para mostrar justamente que a política nada mais seria do que “a guerra continuada por outros meios”. Dessa forma inverte a lógica clausewitziana e a lógica contratualista de elogio e legitimação do soberano como pacificador. Foucault, portanto, estudou as relações de poder a partir da perspectiva do combate (do agonismo), da guerra. A política não fez cessar a guerra, mas cristalizou-a em suas instituições e no direito perpetuando-a cotidianamente.
Rodrigues vê na perspectiva da “política como guerra” de Proudhon e Foucault um potencial para se desenvolver o que ele chama de uma “analítica das relações internacionais”. O autor vê como essencial que em uma época como a atual, ou seja, época de uma política, economia e guerras em fluxo; de desterritorializações; e resistências à sociedade de controle, enfim, que o analista de relações internacionais não se prenda a verdades estanques, a perspectivas que visem enquadrar ao algo muda e se transforma a todo instante. Por isso, suas críticas às principais teorias de relações internacionais. Como continuar mantendo nossas análises fixas, presas e limitadas aos territórios, fronteiras e soberanos se as novas territorializações vão para além e aquém do Estado? Rodrigues, parafraseando Foucault, diz que ao se prenderem ao soberano como ponto de partida e de chegada as teorias de Relações Internacionais ainda não cortaram a cabeça do rei. Para os que compartilham dessas insatisfações com as principais teorias, o livro de Rodrigues – originalmente sua tese de doutorado – oferece bons argumentos; para os que não compartilham dessas insatisfações fica o convite feito por Rodrigues no livro para o debate aberto de ideias.
A “analítica das relações internacionais”, ensaiada por Rodrigues, quer cortar a cabeça do rei no campo das relações internacionais. Como tal ele diz que o analista que pretende isso não pode esperar complacência das teorias palacianas. Ele afirma que devemos cortá-la, mas não para repô-la com outra verdade de pretensão universal, mas para caminhar mais baixo, perto dos combates, num mergulho que leve ao furor da batalha (p. 288). Essa analítica se pretende local, parcial e perspectiva: interesse e intencionalidade no lugar de neutralidade e universalidade. Ao modo de Foucault, essa analítica desafia a soberania da teoria lançando-se nos combates como algo que Rodrigues chama de um analista em combate (p. 419) para explicitar as múltiplas guerras que há na política e na produção teórica internacionalista. Esse analista em combate estaria envolvido com as lutas fragmentárias, pontuais e descentralizadas. “As lutas sem centro e de resistência frontal aos poderes nos lugares mesmos onde são exercidos fariam das insurreições caras a Foucault modos de combate afeitos também à prática libertária” (p. 420).
Ao destacar a perspectiva estratégica de estudar como indissociáveis política e guerra o livro de Rodrigues procura possibilitar a eclosão de imprevisíveis combates, potentes o suficientes para encorajar liberações analíticas para ensaiar estudos incomodados, inconformados e atentos à história política – efetiva e presente – das relações internacionais (p. 454). Rodrigues produziu uma contribuição original e que pela força de suas idéias e de suas propostas merece ser lido e debatido.
Parabéns Professor, eu me inspiro muito em você, obrigado por tudo.
sábado, 15 de janeiro de 2011
Los accidentes de Lluvia en estado de Rio de Janeiro
Desde el principio de enero, vemos los penosos accidentes de Lluvia en estado que acontecieron en estado de Rio de Janeiro. Lo ocurrido esta semana en Río de Janeiro es una tragedia anunciada por la omisión de las autoridades para adoptar medidas preventivas y la repetición de desastres que se registran históricamente en esta época del año en el tercer estado más poblado de Brasil.
Al menos 550 personas han muerto como consecuencia de las lluvias que castigan la región serrana del estado brasileño de Río de Janeiro, principalmente en Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo e Itaipava en donde murieron muchas familias y otros se quedaron en las calles, aguardando la ayuda de los gobiernos de estado y de las municipalidades. Las cifras de víctimas pueden aumentar aún más debido a que los bomberos continúan la búsqueda de personas declaradas como desaparecidas, cuyo número no ha sido establecido, y a que las lluvias no cesan.
Yo creo que esta situación actual como la crisis de Rio de Janeiro debería servir como atención de cómo los gobiernos y los países deben actuar para ayudar y proteger las poblaciones y las personas que viven en áreas de riesgo o comunidades pobres.
Sin embargo, esto sirve como camino para que los gobiernos y los políticos demuestren su solidaridad, ayuda y asistencia quienes particularmente considero hipócritas. Por supuesto, que en realidad, ellos aprovechan esta situación para buscar sus intereses personales. Pues estos políticos nunca ayudan cuando las poblaciones pobres más necesitan, y aunque ellos ayuden, siempre hay algo por detrás.
Y siempre tardan para intervenir en los problemas de los pobres, o simplemente lo ignoran. En todo eso, es una lástima recordar que muchas personas todavía necesitan de mucha ayuda de los gobiernos. É bien recordar que el estado de Rio de Janeiro es estado de federación que más recebe ayuda de gobierno federal, pero que menos invisten para su población pobre por medio de proyectos sociales.
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