Saudades Eterno, minha prima e irmã.
"Guarda estes versos que escrevi chorando como um alívio a minha saudade, como um dever do meu amor; e quando houver em ti um eco de saudade, beija estes versos que escrevi chorando". (Machado de Assis)
Etelka Antonita Djalo Sani
24 de Julho é a data que marca a profunda tristeza a todos os estudantes Guineenses no Brasil. No dia 24 de julho de 2008, Guiné-Bissau perdeu mais um futuro quadro que se preparava para ajudar o país no seu processo de desenvolvimento, mas, a dor e a tristeza não afetou somente a família e amigos, também conhecidos e todos aqueles que relacionaram de forma direta ou indiretamente com a Etelka.
Eu particularmente, nunca vou me esquecer da minha querida prima/irmã, que sempre me deixa enormes saudades cada vez que penso nela, ou cada vez que aproxima esta data.
Embora não consigo descrever tudo sobre quem era Etelka, mas gostaria de lembrar que a Etelka era uma menina que tinha coração de uma mãe protetora, que procurava proteger e ajudar todos que viviam em volta dela. Ela era uma pessoa extrovertida, solidária, amável, companheira e, sobretudo, alegre, honesta, sincera e estudiosa.
Uma pessoa de caráter firme e de sentimento humanista, muito dedicada aos estudos, cheio de vontade de viver e de ajudar pessoas, aos 26 anos de idade e menos de 26 dias para sua formatura em Ciências Contábeis, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, faleceu mais que um sonho e promessa de um nação. Menina alegre, que contagiava todos com seu sorriso brilhante, dividia a maioria de seu tempo entre estudo de matemática, literatura, e criar projetos, além de ser “perita em Tecnologia de Informação”, assim como alguns amigos a definia.
Etelka era conhecida por quase todos os Estudantes africanos no Brasil pela sua inteligência, generosidade e humildade.
É muito pena ver um jovem de vinte e poucos anos morrer precocemente, principalmente longe da família e num país bem longe de sua casa. Como qualquer estudante num país estrangeiro bastava os obstáculos, a descriminação, a saudade de estar longe dos pais, as dificuldades de viver e enfrentar uma vida bem diferente da sua em várias situações e esforços para romper barreiras, mas não os seus familiares receberem o seu restos mortais, em vez de sua diploma pelo menos, com orgulho de um filho que cumpriu sua missão, mesmo que não trouxesse nada material pra casa.
A vida me ensinou ser leal para com as pessoas e ser objetivo nas minhas concepções, apesar de tudo isto, a Etelka foi uma das pessoas que contribuíram muito na minha vinda ao Brasil e dividir em comum todos os momentos e luta pela continuação do meu estudo.
Hoje, mesmo estar longe, creio e sinto que ela está sempre ao meu lado me dando força e coragem, também rezo todos os dias para que Deus a conceda glória e uma vida confortável nos céus.
Etelka não sabia o que era fazer mal a alguém ou negar prestar auxílio a quem precisa, sabendo das dificuldades que muitos estudantes passam, Etelka servia como mãe e pai de muitos estudantes guineenses. Todos nós sabemos o quanto amor ela tinha para com as pessoas, por isso até hoje choro pela perda da Etelka, e sei que muitos também choram, mas quando eu lembrar dos sonhos que ela tinha, isso me dá força e vontade de viver e de ajudar a todos que precisam, sem importar de sua origem, raça, crédulo ou posição.
Desculpem-me, mas não consigo descrever todas as características e qualidades da Etelka, nem consigo escrever tudo que eu sinto sobre a ausência dela, por isso escrevo este pequeno artigo para lembrar mais um ano sem a Etelka entre nós. Mas que continuará vivendo eternamente em nossos corações até o infinito.
A paz e a glória para ti, minha querida, você é sempre lembrado a todos os minutos na minha vida.
Mamudo Djanté, Etelka você mora no meu coração para sempre.
Não sou crítico nem pessimista, apenas exponho os meus ideais sobre a realidade das coisas. "O homem cria sua realidade a partir do pensamento e da palavra, e o conhecimento de si mesmo é a sua meta suprema pois sua potencialidade é quase infinita".
sábado, 24 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Copa do Mundo 2010 - África do Sul
A Copa do Mundo de 2010 na África do Sul não serve somente, como mais um evento esportivo mundial, mas, sim, como um evento de diversas ações como um todo. Onde abre possibilidades não só para os africanos mostrarem o que têm de bom, assim como abrir novos horizontes e novas formas de pensar a África e direitos humanos.
Vimos que o tema para a comemoração do dia da África (25 de Maio), pela União Africana, é "promover a paz através do esporte" , isso significa que o continente não está apenas preucupada com os pequenos conflitos, mas sim, com todos os desafios do milênio estabelicida pela UNO. A solideriedade, união e intuito de trabalhar para o bem-estar do povo africano, fizeram com que os governantes africanos recomeçarem a repensar sobre novos desafios do desenvolvimento e da competitividade.
Essa Copa do Mundo na África do Sul está mostrando cada vez mais a união entre os brancos e negros da África do Sul, o repúdio de Apartheid (segregação racial) e todas as formas do preconceito e do racismo. Isso quer dizer que nós como seres humanos, temos que viver mesmo que não seja em total harmonia, mas que seja na base da união e respeito pelas diferenças, pelo direitos humanos e enfim, pela Liberdade, Igualdade, fraternidade, amizade e solideriedade.
Precisamos construir um mundo sem violência, sem descriminação racial, sem preconceito humana, sem guerras, sem fome, sem desigualdade em larga escala, sem doenças e destruição do meio ambiente. E sim um mundo de harmonia, amizade e onde não exista o egoísmo e ódio.
Espero que esta Copa traga lições para outros países da África, em benefício do continento, poderem realizar varios outros atividades que promovem a paz e a estabilidade entre as nações. Podendo assim, estabelecer laços de amizade entre os povos, a globalização no comércio internacional, a luta pelo desenvolvimento da África, a erradicação da pobreza e do subdesenvolvimento.
As minhas esperanças me dizem que um dia, os homens vão perceber que não existe superior ou inferior, rival ou inimigo entre os filhos da mesma nação. Ainda os governantes africanos vão perceber que fazer bem ao povo, não significa matar a si mesmo. Então, está na hora de valorizar o temos e modernizá-los para podermos atender as demandas do futuro.
A Copa do Mundo na África do sul seria mais um novo passo para que nós africanos possamos enxergar amplamente sobre a importância da união dos nossos povos, e valor de contruir a dignidade humana com armas que promovem o desenvolvimento socioeconomica e não ódio, nepotismo, ditadura, segregação, genocídio e guerras.
Mamudo Djanté
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